segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Pieces:

      Vejo-nos dois marinheiros exilados, privados da quietude inóspita que tanto exaltava em nós. Sou, efémero e saudoso navegador que parte agora por resignação de um rugido de finitude. Dobrado e acorrentado pelas tormentas levantadas de uma pérfida barbárie cometida. Enquanto me debruço sobre as ondas, fantasio-te, descrevendo-te como simples humanos sonharam os deuses hipotéticos. Inspiro-me em ti, e na utopia da manhã adoço-me sob efeito da tua imagem, esbeltamente espontânea, deixando-te veres-te nos meus olhos.
      E eis, que se avista a praia ao longe, e esta sorri-te e tu sorridente embriagas-te com o mar, danças com o tempo, mesmo depois do acordar do sol e da sonolência da lua. O vento chama-te, percorre todos os poros do teu corpo, elevando-te às nuvens sedentas de ti e a esse céu azulado empolado que te convida a viajar, e que esmorece com a tua condenação de silêncio. Enquanto o sol se espreguiçava, estavas lá tu, deificando deuses mortais e acariciando a areia torrada cor de mel, e de novo seduzes o mar com o teu olhar nu, só característico de ti. Obrigado.

Imagem por: wilson de figueiredo

6 comentários:

Raphael G' disse...

muito bom mesmo, ate fiquei com "uma lágrima no canto do olho" (...) enfim estas coberto de talento!

Janne ♥ disse...

Adorei mesmo o:

Joana disse...

gostei tanto (:

Anónimo disse...

Amei o teu texto (:
Muito bem, estava a ver que não ias escrever mais xD
Bem, aqui fica o meu outro blog, e que eu utilizo mais : desabafo-sobre-vida.blogspot.com
Beijinho*

Rúben Bento disse...

Gostei muito de ler o que vi neste texto. Parabéns. Hug =)

Anónimo disse...

muito bom:) deificando...