Como um homem descalço, a tarde caminhava lenta e calma sobre a areia da praia. As ondas extasiadamente baloiçavam ao sabor do vento, lembrando a irrealidade da beleza do mundo. Enquanto a tarde olhava, com tristeza passageira, o seu rosto velho e gasto reflectido nas águas, sentia-se perpetuado sobre o horizonte a finitude de todas as coisas mundanas. A brisa, com um olhar ausente e alheio à efemeridade corpórea, dançava despreocupadamente com o tempo, enquanto este torneava tudo à sua volta no universo. Do poente ouvia-se um crescendo de fatalidade, um murmúrio quase inaudível, feérico até, sentia-se um aroma pérfido de perdição. Nada mais do que patéticos subterfúgios do destino à decadência humana, meio artificioso ou subtil aos olhos mortais. Fiquei, entre um misto de terror e fervor, entontecido e entorpecido a observar este belo espectáculo da natureza.
Como um homem descalço, vulnerável à sensibilidade a cada pedra encontrada, sensível a cada alma e paisagem, caminhei sobre a vida.
Texto por: wilson de figueiredo
Imagem por: wilson de figueiredo
30 comentários:
adorei *.* escreves maravilhosamente bem !
A descrição desta "cena" é tão bela e tão bem escrita que consigo visualizá-la perfeitamente. Muito bom.
Obrigada Wilson :)
Não sei se já te disseram muitas vezes, mas escreves lindamente! Parabéns :))) *
exacto, muito obrigada! **
adorei :)
obrigado. escreves mt bem e a imagem esta espectacular.
Oh muito Obrigada :)
Tmabém gostei bastante do teu *_*
bonito texto!
gosto muito *
o romantismo é bom o:
Acredito que sim Wilson! :|
Adorei o teu blog, escreves incrivelmente bem*-* Estou a seguir. (:
podes crer (: para que serve sermos bonitas se ao fim todos nos acham lindas mas ninguém nos quer?
muito obrigada (:
Adoro Fernando Pessoa e gosto bastante dos teus textos +.+
Amei o blog, sigo-te *
Adoreii *
adorei o texto .
mas isso aprende-se, acho eu .
obrigada.
adoro o teu blog, as tuas fotografias tudo.
mas nem todos pensam assim.
é mesmo ;
é um dos meus favoritos, também (:
Não tens de agradecer *.*
quando nos apaixonamos acabamos por adquirir certos traços que não tinhamos, acho que o romantismo é um deles. alguns adquirem, outros aprefeiçoam-no.
amo o texto .
porque tudo é esboço, tudo é esboço de tudo, nos esboçamos, esboçadamente, coletivamente, fazendo e a fazer, caminhando no meio, sem início, sem fim, pois nós mesmos somos esboços, sem ponto de partida.
saudações,
de la mancha
Ás vezes mais a uns do que a outros ;) Ultimamente sinto-me sem inspiração -.- Nada que agradecer **
É a opinião de cada um ;)
Obrigado Wilson, e ainda bem que concordas, porque está frase foi algo que me saiu sem mais nem menos e quando a acabei de escrever, uma lagrima caiu, a coisas que por mais que se tentem afastar nunca mas nunca ira ser esquecido...
E adorei o teu texto, irei seguir*
muito muito obrigada Wilson *.*
e amei o teu blog <3
Que lindo *.*
Amo o teu blog :$
Que lindo texto <3
é verdade o que me disses-te , e o que imaginamo-nos não magoa tanto quanto a realidade.
Lindas palavras, vc escreve muito bem.
Bjs
http://maviealeatoire.blogspot.com.br/
se as coisas são a matéria para os sonhos, para que nos serviria, afinal, sonhar? segundo pessoa. não é que nutra qualquer sentimento arrebatador pelo poeta, mas antes porque algo nele é o fundamento do firmamento de um pensamento que eu possa algum dia a vir ter. sim, ele está correcto. idiotice a minha! mas penso que, possivelmente, acercar-se-á a frase da mais subatómica essência das coisas. mal ou bem elas existem e também são matéria, e os sonhos? que matéria etérea será essa?
o wilson escreve bem, é um facto, mas escreve sobretudo sobre si; e escrevo isto porque o wilson será certamente a paisagem, a pedra e as almas, e ainda será a sensibilidade e a vulnerabilidade que procedem as essas mesmas coisas físicas - a tal matéria que fala pessoa.
e era isto que pessoa queria dizer e que o wilson também o disse de uma outra forma, a saber: somos aquilo que se dá a partir do momento em que contemplamos, sentindo de seguida, até ao mais lógico pensamento do homem. somos a perdição dessa fatalidade crescente.
conhece-me, mas serei apenas o/a anónimo/a.
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